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  • Foto do escritorJura Arruda

Hoje, ao tomar café, abri o celular. Sei que não se deve fazer isso, macular a degustação com mazelas e tontices que a internet alimenta. Mas foi providencial, porque ouvi a atriz Alessandra Maestrini ler um texto de Rubem Alves sobre o olhar poético e entrou-me por olhos e ouvidos a sensibilidade e a arte.


Corri ao escritório com a urgência de quem precisa registrar a ideia antes que ela se perca no palavrório prático das necessidades cotidianas. Por descuido, havia deixado acabar a bateria do computador. Liguei cabo, apertei mil vezes o botão de ligar, cada segundo levou dois minutos e me pôs angustiado.


Quis xingar a tecnologia e os astros, mas ainda estava contido do olhar poético e me acalmei. A página em branco se abriu diante de mim e eu podia tudo, e pude tudo, e tudo o que pude foi fazer poesia.



Pousou-me no ombro, tal dor

Uma nódoa, um borrão

Um incômodo, um vergão

Que trouxe manso torpor

Água arrefecendo ardor

Chuva boa sobre a terra

Compaixão sobre quem erra

Essa nódoa, na verdade,

Era a sensibilidade

Aparelhando-me à guerra.


Não do insano combate

Que desse fujo e me esquivo

Quero na vida estar vivo

Mesmo que a dor me maltrate

Almejo que não me mate

A frieza e a maldade

O afeto pela metade

Quero o olhar sobre o humano

Porque se é pra ser insano

Que seja felicidade.


Jura Arruda


(Décima em redondilha maior, fruto das aulas de Cordel com Iratan Curvello e Salomé Pires)

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  • Foto do escritorJura Arruda

"Se o relógio marca às sete, ela só consegue às oito. Na escola, no almoço, no abraço".


Escrevi O atraso de Cristina há uns anos, estava aguardando a hora certa (eita!) para publicá-lo. Como se eu soubesse o momento adequado para as coisas.


Quando conheci o Felipe Tognoli, um queridão que ilustrou dois livros da Editora Areia, o livro começou a se materializar para mim. Ele topou a parceria e esta semana fez um teste para a ilustração (dá o play). A Cristina está nascendo para esta história que fala de tempo e de compreensão.


Vou postar novidades e algumas curiosidades sobre este processo criativo aqui e no Instagram.


Estamos nos organizando para lançar o livro na próxima Feira de Joinville e você já está convidado(a/e) para o lançamento. Acompanhe as novidades no Instagram:



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  • Foto do escritorJura Arruda

E o dia de sonho realizado chegou. Foi com o convite da Helga Tytlic.


Agora, vou unir os gostos pela escrita e pela gastronomia num projeto incrível, que vai mapear a cadeia produtiva em vídeo, site e livro de 20 pratos típicos da gastronomia de origem germânica em Santa Catarina.


Olha só que beleza: a partir das guloseimas que há mais de 30 anos compõem o cardápio germânico do estado, vou em busca das histórias e curiosidades que não chegam ao consumidor final nos restaurantes e bares, mas que, certamente dão sabor ao prato.

Medo anda superando a ansiedade. Dou conta? Ontem acordei pensando que não, que meu grande fracasso na vida se aproxima. Mas bastou conversar com a querida da Helga para respirar e acreditar que as histórias serão servidas em pratos belíssimos para que a gente se sirva delas e componha um livro atraente, tanto quanto o leberkaese, um dos pratos escolhidos.




Leberkaese um parente próximo do bolo de carne. Comum na Alemanha e na Áustria.
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